Dodge Commander, o 4×4 do General Patton
O Dodge Commander era o carro militar preferido do famoso General Patton. Vamos voltar no tempo e relembrar um 4×4 que fez história na Segunda Guerra Mundial
Por James GarciaFotos Angelo Meliani
A designação Dodge WC se aplicava a uma família de caminhões militares leves, feitos pela Chrysler Dodge Brothers Co., durante 1942 e 1945, num total de 253.000 unidades produzidas. A série incluía versões para transportes de armas, instalações telefônicas, ambulâncias, veículos de reconhecimento, oficinas e carros de comando, como o modelo visto aqui, designado para transporte de oficiais, como o General Patton.
A sigla WC era um código da Dodge; W para 1941 e C para meia tonelada. O código foi mantido para os Dodge com capacidade de ¾ e 1. ½ tonelada 6×6.
Os protótipos surgiram no final de 1939 e as características comuns dos WC eram o motor T-214 – seis cilindros em linha, 92 hp e 24,8 kgmf de torque –, câmbio de quatro marchas, tração 4×4, pneus 750 ou 900 x 16” e entre eixos de 2.490 mm.
Se o powertrain e o visual da frente eram os mesmos, na parte de trás da carroceria, seus equipamentos e aplicações eram diferentes. Mesmo assim os WC tinham 80% de peças de intercambiáveis, inclusive com as versões maiores de ¾ de tonelada.
Também chamado de família G-502, os WC tinham 12 configurações: WC-51 e WC-52 (idênticos, exceto pelo guincho Braden MU-2 com capacidade para 5.000 ou 7.500 libras presentes no último) usados para transportar armas e instalação de telefonia. Depois vinham os WC-53 Carryall e o WC-54 da ambulância.
Essas picapes podiam receber metralhadoras M1918, M1919 ou Browning M2.
Na sequencia vinha o WC-55, também conhecido como Fargo M6, viatura antitanque, equipada com um canhão de 37 mm.
Chegamos ao carro dessa matéria, o Commander, que tinha duas versões, o WC-56 e o WC-57, sendo que o guincho do último era o que os diferenciava. Também chamado de Command Car, o WC-57 era um carro de reconhecimento com caracterítsicas de uso semelhante à um Jeep Willys. Ele não ficou tão famoso e obviamente era maior, mais pesado e não tão fácil de manobrar como o Jeep.
Configuração de ferramentas originais na traseira
O capô tem tampas laterais, que abriam como asas
A versão WC-58 tinha um rádio de 12 volts, enquanto a WC-59 era um emissor de sinais, também projetado para instalar e reparar linhas telefônicas. Era baseado no chassi do WC-54, mas com um entre eixos 50 centímetros maior.
O WC-60 era uma oficina móvel para realizar manutenção de campo. Já o WC61/K-50B, era uma variação do caminhão de linhas telefônicas, mas com a escada saindo do teto.
Havia ainda o WC-62, uma 6×6 de transporte de armas, com chassis alongado e um terceiro eixo adicionado; o WC-63 (com guincho) e o WC-64, uma ambulância ampla.
Esses veículos foram bem aceitos e continuaram em uso nas forças armadas norteamericanas até a Guerra da Coréia (1950 a 1953), quando foram substituídos pelos modelos M-37, de 3/4 tonelada.
Tanque de combustível e caixa de ferramentas na lateral
Quem foi George Patton
George Smith Patton (1885-1945) foi um dos mais famosos militares da Segunda Guerra. O polêmico general comandou o 3º Exército dos EUA e ganhou fama ao cruzar a Europa a uma velocidade espantosa, percorrendo 2.000 quilômetros, reconquistando vasto território. Seus homens libertaram 12 mil cidades e povoados, fizeram 1,2 milhões de prisioneiros, deixaram 386 mil feridos e mais de 144 mil soldados mortos.
Patton causava reações diversas. Uma vez esbofeteou um soldado que chorava num hospital militar, o que não combinava com o estilo de um homem casado, duas filhas, que tratava seu cão com carinho, falava francês, compunha poesias e gostava de desenhar seus uniformes. Personalista, rebelde e talentoso, virou mito no pós-guerra.
Com muita capacidade de liderança e domínio tático de blindados, teve ascensão meteórica e se tornou rival do general inglês Montgomery, outro militar notável.
Com o fim da guerra, foi designado para um posto administrativo na Baviera, situação com a qual não se conformou. Três meses após sair da ativa, morreu em um acidente com um blindado sem freios. Um fim curioso para um especialista em carros de guerra.
Criando um WC-57
O belo Commander registrado para ilustrar essa matéria, era originalmente uma picape WC-52, que foi transformada em WC-57. “Fiz o projeto para um cliente, pois esse modelo é difícil de achar”, contou Angelo Meliani, especialista em viaturas militares antigas e restaurações. Com a permissão de um amigo, dono de uma Commander, um esmerado mecânico copiou, recriou e enxertou a peça na carroceria do 52. “O conjunto mecânico do veículo era original, mas como o dono queria mais confiabilidade, decidimos instalar motor, câmbio, caixa de transferência e os dois eixos de um Land Rover 110”, revelou Meliani.
Os detalhes menores, como faróis, antenas, ferramentas e outros detalhes originais foram obtidos em encontros de carros antigos, desmanches e em lojas especializadas no Brasil e Estados Unidos, via internet. Tanto a funilaria, em que até detalhes da imperfeição de soldas e dobras foi recriado, e a instalação de todo o powertrain foram feitos pelo profissional Antonio Moro, um verdadeiro artista.
Quem quiser saber mais detalhes sobre esse projeto, pode enviar mensagem para Angelo Meliani no e-mail: melianiqt@yahoo.com.br
Ficha técnica original
Jeep Dodge Command WC-56 3/4 ton.
Carroceria: dois homens
Utilização: Transporte de oficiais
Motor: Dodge T-214, dianteiro, longitudinal, seis cilindros em linha, válvula no cabeçote
Potência: 92 HP a 3200 rpm
Torque: 24,8 kgmf a 1200 rpm
Diâmetro x Curso do cilindro: 82,5 mm x 117,5 mm
Alimentação: Carburador Zenith 29 BW-12R ou Carter ETW-1
Refrigeração: Água
Combustível: Gasolina
Transmissão
Câmbio Manual de quatro marchas à frente e 1 à ré
Relação de transmissão
5.83:1
Tanque de combustível: 114 litros
Sistema elétrico: 12 volts
Dimensões (mm)
Comprimento: 4.220
Largura: 1.990
Altura: 2.070
Vão livre do solo: 273
Distância entre eixos: 2.490
Distância entre rodas: 1644
Raio de curva: 6.700
Peso: 2575 Kg
Carga útil: 820 Kg
Sistema de freios: Hidráulicos a tambor. Freio de mão mecânico na transmissão
Suspensão: Eixos rígidos, molas semi-elípticas e amortecedores hidráulicos
Ângulo de entrada: 53°
Angulo de saída: 31°
Inclinação lateral: 28°
Rodas: aro 16″
Pneus: 900×16″
Velocidade Máxima: 85 Km/h
Consumo
28 litros: 3,57 Km/litro
Leonardo Damiani
Fantastica
Helio Rodrigues Silva
Tive uma mas não me animei a restaura-la, preferi investir o tempo que me é proporcionado em viagens de moto e olhar a mulher do próximo quando ele não estiver muito próximo. A primeira atividade está sendo um sucesso mas a segunda é adrenalina pura…
Adriano Jacon Neto
Dirceu A. Genari
Show demais!
Lembra q te comentei q o General Patton preferia o Dodge
Lembro
Tennes Morais pra ti essa reportagem
Daniel Christovam Barroso