A natureza selvagem da Ilha do Marajó

A natureza selvagem da Ilha do Marajó

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9ª Expedição Marajó 4×4

Por Djalma Alencar, Nazareno Batista e Felipe Batista  Fotos Leandro Santana

 

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A Confraria Amigos do Jipe promoveu, durante o feriado de carnaval, a 9ª edição da expedição “Marajó 4×4”, que contou com a presença de membros do Jeep Clube de Bragança e Jeep Clube do Norte.

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Partindo de Soure rumo à cidade de Ponta de Pedras, os aventureiros seguiram em rotas tomadas por atoleiros, tanto pelo litoral quanto pelo interior, revezando por terrenos ora de areia fina, ora de piçarra, ora de alagados, mas que, simultaneamente, revelava uma paisagem rica de uma fauna e flora exuberantes.

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A viagem iniciou-se após desembarque do ferry-boat na Vila de Camará, onde o comboio de 11 veículos começou seu deslocamento pelo asfalto até a cidade de Salvaterra, na qual uma segunda balsa os levaria até Soure, local do primeiro pernoite. Na manhã seguinte, 06/02/2016, seguiram em busca de aventura pela Zona Rural de Soure.

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Em meio a Fazenda Eva Bufaiade, já fora de estrada, o grupo percorreu rotas cobertas por águas profundas, o que tornava difícil o controle dos carros, assim, era certo a ocorrência de atolamento, pois o trecho escondia grandes perigos, tendo em vista que naquela rota só avançavam animais de tração.

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Logo tornou-se obrigatório recorrer a ajuda de guia para orientar a passagem nesse trecho, que exigia perícia e conhecimento do terreno para que fosse possível escolher o percurso certo, ou seja, que desviasse dos imensos buracos escondidos sorrateiramente entre águas calmas e que engoliam um carro por inteiro.

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Nessa situação, o uso do 4×4 era obrigatório até mesmo para quem usava pneus especiais para trilha, tanto que nesse trecho o Troller com pneus ALL Terrain precisou contar com ajuda de correntes para que pudesse dar conta do desafio.

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Assim, nesse primeiro desafio, o Willys do Alencar, que abria a trilha, precisou ser puxado pela Bandeirante, e, mais tarde, essa mesma Bandeirante viu-se diante de outra grande tarefa: arrastar, pelo resto do dia, o Willys do Vira-Lata, que teve seu jeep quebrado devido a entupimento das mangueiras de combustível.

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A grande profundidade do trecho a ser superado, bem como a quebra do alternador da L-200 Savana e o entupimento do sistema de combustível do Willys do Vira-Lata, impossibilitaram a travessia de um trecho de mais de 5.000 km com água com mais de 1m de profundidade em um terreno traiçoeiro.

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Dessa forma, o Comando indicava o Plano B, que seria levar o comboio até a cidade de Ponta de Pedras através de rotas no Sudeste da Ilha de Marajó, a partir da cidade de Cachoeira do Arari.

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Ao final de sábado, os aventureiros seguiam para pernoite no litoral de Soure, Ali, mais surpresas os aguardavam. Três carros precisaram ficar acampados na praia do Caju-una devido o Willys do Vira-Lata, que encontrava-se com avarias, enquanto o restante do comboio seguiu para a praia do Céu, no entanto, no translado em meio a dunas e cercado por facões, o Troller atolou até os diferenciais serem tomados pelas areias, sendo que nas tentativas de arrastá-lo para área segura, o Willys do Alencar atolou e teve uma roda-livre partida devido o esforço.

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Nesse momento, com os dois carros atolados, a equipe precisou investir no trabalho com enxada, prancha e guincho. Assim, com uso do guincho do Troller e com o auxílio de pranchas de desatolagem, o Willys, é puxado para trás e fica fora do atoleiro, e, em seguida, resgata o Troller. Ainda nessa áera, a L-200 do Hass teve as homocinéticas quebradas, dificultando ainda mais a situação do comboio, pois a maré subia ameaçando consumir os carros que encontravam-se entre águas e dunas.

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Já na manhã do terceiro dia, 07/02/2016, o comboio retornou para a cidade de Salvaterra em busca de apoio para os três veículos avariados no dia anterior. Sem sucesso nas buscas e após embarque e desembarque em mais duas balsas, teve início, ao final da manhã, o cumprimento do segundo trecho rumo a cidade de Ponta de Pedras através de rotas pelo meio da mata virgem, na zona rural de Salvaterra e Cachoeira do Arari, onde a quinta balsa esperava o comboio.

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Nesse trecho, buracos tomados por lama não seguravam as viaturas, mas, exigiam o acelerador no fundo, motor e pneu de banda de rodagem para que fosse possível passar sem atolar. Ao encontrarem-se próximos da Vila de Gurupá (Cachoeira do Arari), iniciaram uma trilha noturna em uma mata conhecida na região como “ninho das Jararacas”, um verdadeiro labirinto de 7km que se estendia uma mata rasteira e enxarcada, até que às 22h o comboio chegou às margens do Rio Gurupá, onde pernoitaram.

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Ao alvorecer da segunda-feira, 08/02/2016, o grupo seguiu para a Vila do Arrozal, de onde embarcaram na quinta balsa rumo a cidade de Ponta de Pedras, contudo, após uma hora de translado pelo Rio Arari, a balsa na qual o comboio encontrava-se encalhou por duas vezes, sendo que na segunda vez consumiu mais de 4h, fazendo com que os aventureiros desembarcassem em Ponta de Pedras somente no fim da noite. Ao chegarem à cidade, partiram rumo à fazenda Fazendinha, da Prefeita Consuelo Castro, para que pudessem pernoitar.

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Na terça-feira, 09/02/2016, o grupo seguiu para mais uma trilha fechada até chegar à praia da Mangabeira, onde foram recepcionados com um saboroso almoço ofertado pelo Coronel Verdelho. Finda a confraternização, os aventureiros embarcaram, na madrugada de quarta-feira, na sexta balsa rumo à cidade de Barcarena para que pudessem embarcar na sétima e última balsa rumo à Belém.

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Após desembarque em Barcarena, durante o deslocamento para o local onde a balsa os aguardava, uma triste surpresa: uma coalisão entre o Willys vermelho do Clauber e o Troller. Um acidente que, apesar de não provocar grandes problemas aos seus tripulantes, exigiu que a Bandeirante fosse mais uma vez acionada para rebocar o Willys até a cidade de Belém.

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Assim, mesmo com essa triste surpresa ao final da aventura, a turma da Confraria Amigos do Jipe e seus convidados, comungando de um sentimento de felicidade e saudosismo, embarcaram na última balsa de volta para a casa: Belém do Pará.

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