Relembrando o Jipe Engesa

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Engesa EE-4 Fase I 1986 – Relembrando um guerreiro brasileiro

Por James Garcia
Fotos Angelo Meliani

Ver um jipe Engesa por aí não é algo fácil, mas mantido como original, como esse aqui é bem difícil.
O engenheiro mecânico Amador Rodrigues, natural de São Paulo é fã declarado dos modelos Engesa e adquiriu o primeiro jipe há mais de 20 anos, sendo que este é o terceiro veículo que já passou pela sua garagem, que já abrigou também dois Land Rover Defender e um Jeep Ford militar 1983.

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O gosto por jipes e utilitários vem de longe. “Meu pai tinha um Gurgel que eu usava. Uma vez passeando com minha esposa na Serra do Mar, atolei a frente dele numa poça e a frente enterrou até o pisca. Já estava ‘escutando um monte’ e eis que horas depois surgiu um Engesa e o motorista, todo solícito, colocou uma cinta e pediu para a esposa dele nos tirar daquele sufoco. Não precisa falar que não demorou 10 segundos. Pude ver sorrisos de satisfação em todos os presentes. Ai eu disse para a minha mulher: este vai ser o nosso próximo 4×4 de verdade!”, lembrou Rodrigues com bom humor.

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Esse jipe foi adquirido pelo engenheiro mecânico em uma companhia telefônica de Rondonia, em 1991. “O carro estava inteiro e com a quilometragem baixa, mas a pintura estava opaca e todo o veículo estava sujo de terra vermelha. Fiz uma revisão de freios e buchas, troquei todos os lubrificantes e fui viajar para Monte Verde, MG”, relatou o off-roader.

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Na volta dessa viagem, Amador desmontou o carro inteiro e como desejava ter um jipe perfeito e original, pintou com a mesma padrão de cor, além de substituir as lanternas traseiras e piscas dianteiros por peças iguais só que novas e também originais, as quais, hoje, são impossíveis de serem encontrados. Além disso o dono mandou instalar um guincho, faróis auxiliares, capota de lona e pneus novos e é dessa forma que o Engesa está até hoje.

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Como estava com a estrutura impecável, foram os detalhes mais demorados na finalização do upgrade. “O que mais me deu trabalho foi restaurar o temporizador do limpador de parabrisas. Os faróis, por exemplo, são fracos até hoje, por isso acho que a parte elétrica dos Engesa não é o seu ponto forte. Ou talvez não seja o meu ponto forte”, dissertou o dono.

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E não pense que o carro ficou sem uso ou apenas guardado em uma garagem fechada por todo esse tempo. “Já viajei muito com esse jipe, atualmente ele fica em Ilhabela e é o meu meio de transporte por lá. As vezes faço trilhas até Castelhanos (famosa praia do local) junto com amigos”, informou Amador.

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Quando chove muito na região e ele ajuda alguém na trilha é fácil ver meia duzia de turistas fotografando e filmando o Engesa em ação. E todos com aquele sorriso, inicialmente de incredulidade, e depois de admiração. Isso dá muito orgulho ao proprietário, que nos disse que o Engesa é mesmo um sonho realizado. “Tive outros 4×4 e acabei vendendo por um ou outro motivo. Mas não existem mais Engesa originais. Este vai ficar na família pra sempre”, finalizou Rodrigues.

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Para mais informações e troca de ideias, fale com Amador Rodrigues pelo telefone (11) 9977-7889 ou através do e-mail: amador1@ig.com.br

Ficha Técnica – Engesa EE-4 Fase I 1986

Motor gasolina e álcool: GM 151, 4 cilindros em linha, 4 tempos
Potência gasolina: 82 cavalos a 4.400 rpm
Potência álcool: 88 cavalos a 4.400 rpm
Torque à gasolina: 17,1 kgfm a 2.500 rpm
Torque a álcool: 19,4 kgfm a 2.000 rpm
Cilindrada gasolina e álcool: 2.470 cm3
Arrefecimento: agua
Taxa de compressão gasolina: 7.5:1
Taxa de compressão álcool: 10,5:1
Transmissão: Câmbio Clark, 5 marchas à frente e 1 à ré
Relação de marchas
1ª: 6,33:1
2ª: 3,60:1
3ª: 2,15:1
4ª: 1,40:1
5ª: 1:1
Ré: 6,42:1
Tração:4×2 ou 4×4 optativa através de caixa de transferência Engesa.
Relação de redução: 1,00 : 1
Embreagem: Monodisco a seco, acionamento mecânico por meio
de cabo
Suspensão
Dianteira e traseira: Barras oscilantes longitudinais e transversais, com molas helicoidais e amortecedores de dupla ação
Direção: mecânica, coroa e pinhão
Freios
Dianteiro: A disco, com acionamento hidráulico, servo-assistido, duplo circuito
Traseiro: A tambor, com acionamento hidráulico, servo-assistido, duplo circuito
Rodas: aço de 16”
Pneus: 670 x 16” e 750 x 16”
Dimensões (mm)
Comprimento: 3.590
Largura: 1.440
Altura: 1.900
Vão-livre: 235
Entre-eixos: 2.160
Passagem em água: 600
Ângulo de entrada: 70º
Ângulo de saída: 50º
Inclinação lateral: 35º
Peso: 1.400 kg
Capacidade de carga: 500 kg
Sistema elétrico: 12 Volts
Velocidade máxima: 105 km/h
Autonomia (gasolina): 440 km
Autonomia (álcool): 360 km
Tanque de combustível: 80 litros

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